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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Como entender o calendário da Moda

Ola! 
Encontrei uma publicação da Mirela Lacerda e gostaria de compartilhar porque achei muito bacana a maneira como ela aborda o calendário da Moda.  As tendências  enfim tudo que uma mulher precisa saber para não errar ou melhor acertar ainda mais. Pois moda é muito complexo você é quem faz. 
algumas semanas atrás, no inicio de junho, recebi a newsletter da Chloé avisando que a coleção de outono/inverno 2010-11 da marca já estava nas lojas. A Miu Miu também já enviou seu email com a nova coleção, enquanto Chanel e Yves Saint Laurent estão promovendo o pré-fall. Bom, o verão no hemisfério norte começa oficialmente em 21 de junho e em boa parte dos países, a estação é enormemente aguardada, pois os habitantes só têm até agosto para curtir as temperaturas mais altas. Mesmo nos EUA, onde o clima é bem diverso, e no sul da Europa, o verão raramente se iguala ao nosso, o que é mais um motivo para aproveitar todos os raios quentinhos de sol.
Newsletter da Chloé com os looks da coleção de outono 2010. www.chloe.com
Antes de continuar, vamos ao atual confuso calendário do varejo nacional e internacional:
Internacional (Estados Unidos e Europa principalmente)
Primavera: chega às lojas em fevereiro, em alguns casos, janeiro (frio de rachar!).
Pré-fall (pré-outono): começa a aparecer em maio, alguns adiam até final de junho (quando começa o verão).
Outono: em junho já há lançamentos, mas o normal é entre julho e agosto (o outono oficialmente começa em setembro).
Resort/Cruise (ou pré-spring): as lojas recebem em novembro, quando o frio está se instalando com força. Teoricamente as roupas são para quem vai fugir do inverno.
Nacional
Outono/Inverno: geralmente lançado após o carnaval ou cerca de duas semanas após o evento, dependendo da sua data (o calor continua firme e forte).
Primavera/Verão: no final de julho algumas marcas já lançam em esquema “preview”. A estação só inicia em setembro.
Alto-verão: nem toda marca faz uma coleção especial, as que fazem costumam mandar para as lojas a partir de dezembro. Quem não faz, fica com a primavera/verão por cerca de seis meses!

O outono 2010 da Miu Miu já está online. www.miumiu.com
Então não é frustrante saber que justamente quando faz calor no hemisfério norte as lojas estão lançando o outono? E no Brasil, alguém tem vontade de comprar casaco logo depois do carnaval, quando as marcas nacionais lançam o outono/inverno? Ok, a consumidora quer sempre novidade, mas ela também quer comprar de acordo com o clima. Choveu? Compra-se capas de chuva. Esfriou? É hora de ir atrás de meias e casacos. Está calor? Vamos comprar biquínis, vestidinhos e camisetas.
A campanha da coleção de pré-fall da Chanel, Paris-Shangai. www.chanel.com
Infelizmente, esta lógica do varejo aparentemente não existe mais e hoje comprar de acordo com a estação é algo raro. Com o sucesso das pré-coleções então, a ordem das estações parece invertida. Lá fora, os varejistas e compradores alegam que essas pré-coleções são as mais rentáveis, já que ficam à venda por mais tempo e quase não sofrem reduções, enquanto as coleções desfiladas chegam e em pouco tempo é época de liquidação, por isso seu lançamento é cada vez mais antecipado.
O pré-fall da Yves Saint Laurent, numa loja perto de você! www.ysl.com
A gente sabe que duas coleções de moda por ano é muito pouco e nem as grandes grifes conseguem bancar este intervalo de novidades e não perder terreno para as redes de fast fashion. Mas com tantos previews e pré-tudo, não está na hora de todos os envolvidos – da indústria têxtil aos estilistas, passando pelos compradores – sentarem para organizar a bagunça? Isso serve tanto para o Brasil quanto para o exterior. Por que não instalar o calendário de quatro coleções anuais (primavera, verão, outono e inverno) e parar com esse negócio de pré-spring, pré-fall e alto-verão? Dependendo do porte da empresa, é mais complicado produzir quatro coleções separadas, mas uma boa solução pode ser o verão e o inverno funcionando como desdobramento e extensão da primavera e do outono, respectivamente.
Pequenos ajustes podem significar maior lucro lá na frente, afinal, se continuarmos desse jeito, vamos comprar casaco em janeiro e sair de vestidinho de algodão no meio de julho! O consumidor pode estar sempre em busca de novidade, mas uma compra por necessidade é geralmente a melhor – para ambos os lados.

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